
* Por Sônia d´Azevedo
A pressão ostensiva dos armadores para derrubar a Resolução Normativa n° 72, do Conselho Nacional de Imigração, volta a se intensificar com matéria reproduzida em diversos jornais do país. Sob o argumento de que “falta mão de obra marítima qualificada no mercado brasileiro”, as empresas que atuam no offshore construíram sua estratégia para “flexibilizar” a RN-72, com um novo anúncio de “apagão marítimo”.
Por trás da cortina da chamada “flexibilização” da norma, está a contratação de mão de obra sem a necessidade de pagar os encargos trabalhistas inerentes ao trabalhador brasileiro. Assim, aumentam os lucros dos armadores, com a abertura irrestrita de nosso mercado de trabalho à mão de obra estrangeira.
Ainda na semana passada, em reunião no Ministério do Trabalho e Emprego/Secretaria Regional do Rio de Janeiro, o Diretor da Maersk, Vigo Andersen, declarou que o custo do marítimo brasileiro é maior que o custo dos dinamarqueses e ingleses. Por isso, as empresas que atuam em nossas águas querem a suspensão da RN-72, permitindo a utilização de mão de obra mais barata no Brasil.
A ofensiva patronal para aumentar lucros à custa de nossos postos de trabalho tem sido combatida com veemência pela Representação Sindical Marítima, em todos os fóruns possíveis de interlocução, no Brasil e no exterior.
A Representação Sindical Marítima considera um insulto ao povo brasileiro que o trabalho de seus cidadãos tenha se tornado moeda de troca em favor do lucro econômico externo e prossegue na luta intransigente em defesa do emprego, da justa remuneração e dos benefícios sociais de seus representados.